sábado, 23 de fevereiro de 2013

Não mais


Quando não há forças para caminhar,
Não me entrego ao desespero.
Quando penso que o mundo vai mudar,
Mergulho em uma fantasia, de que tudo voltará a ser belo/novo um dia.
As doenças que consomem o mundo me fazem adoecer junto. E é não querendo mais esse viver que me afundo, cada vez mais fundo em um medo que sentirei um dia.
Na mente atormentada guardo meus desejos, que o mundo despreza e os deixa sem medo. Já vazia não sei o "porquê", de continuar lutando, vivendo e amando.


Brenda Oliveira da Costa.
Foto: Brenda Oliveira

"Olhos cegos por uma alma suja, insistem em não reconhecer que mistérios não são para tentarmos desvendar, e sim, para serem sentidos e vividos no silêncio." (Brenda Oliveira)


Até breve

Enquanto uma lágrima cai, meu sorriso se esvai, minha lama se arranha numa alma sem a chama do desejo de ser...
Em um futuro com enganos e estranhos, me vejo e estremeço, parado, não consigo mudar a cena que está a se formar.
As costas nada falam, são apenas negações. Sorrisos não dados. Uma felicidade vã.
É mentindo que consegue ser o que desejas, sem sair do lugar.
É neste momento que sinto o gosto salgado das lágrimas que rolam em meu rosto.
Tudo até pareceu triste, mas como num estante em que não ris-te, a tua verdade me encantou e tua alma em fim descobriu o viver.
Um viver poeta, que se realiza em sentidos estremecidos, de instintos perdidos, de encontros do acaso.
Fechando os olhos nada vejo, silencio, e como que sem desejo algum, adormeço em um sono nada comum.
Brenda Oliveira da Costa




Em cena

Enquanto o mundo se reprime, eu me embriago com liberdade. Verdade ou mentira?
Vivendo sem arrependimento. Verdade ou mentira?
Sou eu mesma. Verdade ou mentira?
Para tentar ser livre tenho que me manter presa em algo ou Alguém.
Para não me arrepender, preciso realmente, viver.
Para ser eu mesma, não devo, não posso querer nunca machucar ninguém, será inevitável.
Fugir daquilo que me completa, é um erro.
Fugir de mim mesma, engano.
Fugir dos meus sonhos, insanidade.
Complicado viver em um dia sem sol. Mais difícil ainda é saber que não há vida sem ele.
O mundo gira, enquanto o meu mundinho retarda.
A mente brilhante é danificada pela vaidade.
Há um desconforto do meu inconsciente em saber que ainda vivo pela metade.
É no teatro da vida que sou, apenas, uma coadjuvante.
Essa necessidade de viver algo novo me faz pensar, que todo o novo se tornará velho um dia, que neste dia assumirei este papel. Não há medo, há apenas um desejo de viver este segredo que poucos irão descobrir.
Viver desta essência faz de mim uma grande aprendiz.
Mentindo ou sinceramente falando, um dia quero realmente, ser feliz.


Brenda Oliveira da Costa.

Até quando.

Quanto mais se pensa em ser, jamais é.
Quando se confunde em apenas querer, realmente não se quer de verdade.
A maior mentira já inventada é pensar que podemos aprisionar o que realmente somos.
A verdade se torna traiçoeira, a partir do momento que ela foi escondida.
Brigar com o tempo, seria realmente, uma perda valiosa dele. O que um dia foi feito deixa uma marca sangrenta em seu peito.
Falecendo o ontem é que deves perceber que o hoje logo morrerá e que mais que nunca, no hoje o seu ser deve ser vivido, como um morto renascido.


Brenda Oliveira 

"Tô cansada da mediocridade desse mundo, palavras vazias, sorrisos falsos, abraços sem carinho, incompreensão."(Brenda Oliveira)

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

"Secas..."



Intervenção: "Secas..."- Brenda Oliveira
Local: Centro histórico, de São Luís- MA
Data: 20/02/2013

Foto: Willz 

                 É sentindo sem sentir-se, que expressamos o que não conseguimos falar. O corpo corresponde a uma estrutura anatômica poderosa para dizer o que a palavra não escreve, não traduz.

Algo angustiante nos toma por vezes e preferimos guardar em nós, mas por que não expelir?
Oh palavra, tu, palavra que me falta...nem preciso de ti, basta o meu grito silencioso em um corpo que jaz em mim.

O meu sorriso...
Os meus sentidos...
O que procuro, já sei que perdi.

Busquei saber de uma dor que não era minha. Absorvi angustias que como num suspiro, me invadiram e me fizeram dançar uma dança ou chorar numa prisão em mim escondida.

Meu corpo escreveu sem letras, falou sem voz, o que minha alma morta não vivia mais. Até andei por pedregulhos, chorei seco... Vi o que não queria, liberei o que de mais triste em mim, em ti havia.              
Estava presa, escondida, seca...
... Vazia... sem entender o que minha alma, de mim queria.




Brenda Oliveira da Costa

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Só. É. Quando for.

Só desisto enquanto insisto.
Só não enxergo quando te vejo.
Só te escuto quando ensurdeço.
Só caio quando posso levantar.
Só respiro o ar pelo avesso.
Só me encanto quando no desencanto me perco.

É na sua beleza que me afogo no erro de achar que só você pode ser o meu começo.
É pensando que o meu futuro já é presente, que me defino na cama doente.
É percebendo que tudo passou que vejo num instante que nada mudou.
É agitando minhas "vidas", que percebo, que nunca uma vida eu tive.
É quando eu quero parar, que num susto, me vejo a caminhar.

Só que nessa mania de viver, não vivo.
Nesse desejo de nadar, me afogo.
Quando acho que aprendi a caminhar, eu caio.
E quando penso que sei te amar...
...ainda não o amei todo. 

Brenda Oliveira

Mentira?!

Há uma grande repressão neste mundo no qual vivemos. Um sistema completamente desigual.
Vivemos sob medida da ditadura e do retrocesso de pensamentos e sentimentos.
Aprisionados e alienados, nos conformamos com a crise psicológica, mental, da consciência dessa população.
O sistema insiste em nos enfraquecer e nós insistimos em deixar que isso aconteça sempre.

Brenda Oliveira

·        "Talvez os outros não acreditem e insensíveis não me permitam continuar.Chega o grande momento de correr, ver que a ladeira assusta, mas que é emocionante subi-la e se deliciar da panorâmica vista do alto. É quando tudo parece pequeno, é quando você vence e se permite viver de um sonho.E que sonho!"
                                                                                                                       Brenda Oliveira da Costa

Hum...!

É cortante terminar algo que nem começou, mas viver daquilo que não existe é tolice.
Deve-se primeiro sondar o que ocorre, para ver, se o que se esconde é revelado e se a verdade que vive embriagada não poupa a si mesma.
Revele tuas façanhas e tire a máscara.

Brenda Oliveira


É sonho.

Mesmo parecendo estar tudo perdido eu paro, mas mesmo assim insisto em continuar acreditando que tudo vai dar certo.
Minha mente é bem teimosa, meio fora da realidade, pois prefiro acreditar que ela é uma farsa e que meus sonhos se tornarão realidade.
Partindo em busca do talvez impossível, é que percebo que eu consigo, basta eu acreditar.
Talvez os outros não acreditem e insensíveis não me permitam continuar.
Chega o grande momento de correr, ver que a ladeira assusta, mas que é emocionante subi-la e se deliciar da panorâmica vista do alto.
É quando tudo parece pequeno, é quando você vence e se permite viver de um sonho.
E que sonho!

Brenda Oliveira




É simples? Acho que...


Como que desejas seguir o seu coração, se nele não há uma, duas ou três setas indicando à qual caminho seguir e à qual risco estaria a se expor??
Queremos ser tão sensatos que chegamos a agir como tolos, loucos, em busca de uma grande ilusão que desinflame tal coração.
Tentar entender o inexplicável não seria, ou melhor, não é uma ação racional, pois afeta a "grande fórmula" que nos permite dizer que: No coração são guardados os mistérios mais perfeitos de uma doce desilusão.

Brenda Oliveira


Faltando

E quando a inspiração não vem, me deleito no vazio de minha mente, na escuridão dos meus pensamentos, no selvagem mudo do meu "eu" existente.
Um vazio surdo quase mudo, apenas um pouco calado.
Sempre que quero escrever nada vem em meu pensamento, então escrevo para tentar entender o que o nada me diz, e o que ele diz? Nada. Apenas sussurros, palavras que não consigo decifrar, em um dialeto superior ao que a raça humana poderia imaginar.
Quando nada se quer tudo se consegue, nossos sonhos, pensamentos aspirantes insistem em fugir, o que será que veem ao me ver?. Meu pensamento me esconde, mas como?, em quem?, onde?.
Que tédio, o vazio é um grande mal-entendido de um pensar egoísta, mesquinho. Ás vezes, penso mais para mim, esquecendo os pensadores extintos e os que estarão por vir.
Agora esta vindo o pensamento indefinido, vejo-o embaçado, pelo avesso. Só que agora cansei, cansei de tentar pensar.
O vazio já me escraviza, me ordena que mesmo sem querer, desista de tentar. Mas eu sempre estarei aqui...

Brenda Oliveira






Inconscientemente...

Vivendo um tédio, sufocado pelo abandono dos sonhos, talvez.
Querendo fugir dessa minha vida de certezas, quero surpresa, quero a beleza que ainda não vi.
Respirar esta minha racionalidade não está me fazendo bem, quero ousar, mas onde? E com quem?
Eu. Mim. Comigo mesma. Eu devo me bastar, senão serei uma mentira querendo sobreviver no real.
Falsidade, tirania de um mundo que vive em uma inundante melancolia.
Quero respirar, sem ter que pagar por isso.
Quero sorrir, sem deixar de ser e sem esconder-me.
Quero a pureza ainda mais pura dentro de mim. Quero um suspiro quase mudo.
Desejo o feio, pois nele esconde-se o que há de mais belo.
Quando tudo passa insisto em voltar, vivo no presente com o gosto doce do passado e com o amargo de não saber o futuro.
Fascinação, descontrole de pensamentos, olhos que não deveriam enxergar e mente que apenas vagasse.
Observando este insano desejo de me sufocar, matando-me em fantasia, em sono, para poder ressurgir em um novo dia, querendo quase como em um passe de mágica reanimar minhas forças, retomar meus sonhos e esgotar-me de felicidade, que não contenha prazo de validade.
Que teu, meu, minha, sua, tudo isso seja imortal, no meu passivo mental.

Brenda Oliveira

Mancha

Eu só sinto, não ter permitido antes.
Sinto, por não viver o amanhã,
Temo morrer e não conseguir te ver e saber quem és, digo isso, como em um simples reflexo desejoso em saber quem sou.
Às vezes, ajo em um grande vazio sendo esmagada pelo nada.
Tentar decifrar-me será uma perda de tempo, mas espero um dia me conhecer, em plenitude, realmente como sou. 
Brenda Oliveira