(Protocolo de aula do curso: Teatro-licenciatura, da disciplina: Prática de Criação dramática, prof: Gisele Vasconcelos- UFMA)
“Tudo
é importante...
Criar
é inevitável... mas...
Sonhar
é indispensável”. (Brenda Oliveira)
Percebemos que o combustível que nos
movimenta em nossas vidas: são os nossos sonhos. Tudo o que queremos é viver de
nossas fantasias, realizar um provável impossível, em nosso dia-a-dia.
“A
atividade de ler e de processar a leitura, de se apropriar dela e de
manipulá-la e transformá-la, a partir de novos objetos ou contextos, de reagir
a ela em um meio que não o dos textos impressos me parece ser, de fato, um
tópico fundamental para a compreensão não só da dimensão cênica, mas também do
âmbito dramatúrgico-literário de parte considerável do teatro contemporâneo”.
(COSTA, 2009, p. 33-34).
É com essa visão contemporânea: de
apropriar-se de textos que não se resumem em letras, escritos, é que buscamos
um olhar mais profundo, sobre o que vem a ser um processo de criação tão intimo,
iniciado neste trabalho objetivando conhecer os sonhos de cada colega de
classe. Pois:
“Não
é só de palavras que vive a escrita. Ela também envolve o suporte, a tinta, a
caligrafia etc. A escrita como inscrição diz respeito também a traços, linhas e
pontos. Ela é também desenho e imagem visual”. (COSTA, 2009, p. 73).
Tendo este conceito de que através de qualquer
objeto podemos construir, criar, que através dessa conversa pudemos perceber a
existência de sonhos motivadores, perturbadores, conscientes ou não. Muitos de
nós sonhamos acordados, ou até mesmo, insistimos em dizer que não sonhamos e
que não queremos sonhar.
Percebemos que existem várias crenças
sobre sonhos como: “dormir de barriga ‘cheia’ gera em nós pesadelos”, “que só
devemos contar sonhos ruins com portas abertas, para que ele vá embora”, entre
outras superstições.
Todos esses depoimentos foram usados em
uma futura dramaturgia.
Para iniciarmos o aquecimento ficamos de
pé e em circulo sussurramos, cantamos, falamos com raiva e/ou alegria, trechos,
ou a frase toda:” Sonho que se sonha só”, esta frase pode parecer egoísta, mas
todo sonho é egoísta, ele é só meu ou só seu, originado do meu ou do seu
subconsciente.
A professora Gisele trouxe para
experimentarmos textos, ou melhor, memórias de sonhos, encontradas no livro de
Eduardo Galeano: “O livro dos sonhos”.
Quantas formas de sonhar, quantos sonhos
são apresentados neste livro, por isso tiramos dele alguns textos que nos
auxiliaram no processo criativo. A cada duas pessoas um texto diferente. Depois
de lermos o texto, ficamos de pé, e saímos pela sala falando um para o outro
aquilo que lembrávamos de nossas leituras, depois começamos a dificultar nossa
narração- natural, colocando memórias nossas na história contada nos textos sem
tirar a essência de sua origem.
Chegamos ao grande momento onde
experimentamos teatralmente toda a nossa criação e narração-natural. Após cada
apresentação observávamos claramente cada história que haviam sido contadas
anteriormente, através da contagem entre os alunos na sala.
Terminamos a aula escrevendo um texto que
relatasse algo que tivesse sido dito por nós mesmo ou por todos da sala,
privilegiando os sonhos.
Daqui pudemos retirar através de relatos,
depoimentos, todo o material para o nosso processo, pois é possível e é
interessante a utilização de qualquer meio, qualquer gesto, para uma bela
criação:
“[...]
por meios visuais e verbais, a livros e bibliografias há de ser tomada ainda em
associação auto reflexiva com um aspecto específico, qual seja a prática de uma
dramaturgia de leitura que se faz fundamentalmente como livre manipulação de
arquivos, de acervos e de bibliotecas por dramaturgos-leitores ou
dramaturgos-pesquisadores”.( COSTA, 2009, p. 44).
Mediante tantas informações e relatos
pessoais começamos o nosso (referindo-me a equipe 3: Brenda Oliveira, Marcelo
Lopes, Tiago Andrade, Ligia d’Cruz, Necylia Monteiro e Marcia) processo
criativo, onde partimos de nossas memórias emotivas, do desejo pessoal de viver
em um sonho, viver de nossos sonhos. Juntos, sentamos e fizemos um roteiro de
tudo aquilo que iriamos fazer, cada cena. Trabalhamos em cima de uma música
feita por mim, durante o processo criativo.
Trabalhamos com a temática circense logo,
pois sentimos que a fantasia e os sonhos, em muitos momentos, são concretizados
pelas crianças e adultos também, por que não?! , através do circo, na magia e
no encanto circense.
Tentamos transpor através da cena final
todos os relatos pessoais dos colegas de turma, as ideias de sonhos: bons e
ruins. Tudo que é fantasia. A nossa própria realidade se faz fantasia, quando
vivemos a realização do sonho em nosso dia-a-dia.
http://youtu.be/kkYxvLRftk4
Música:
Sonhei (todos os direitos reservados)
Composição:
Brenda Oliveira
Arranjo:
Melennie Caroline
por Brenda Oliveira.