“Sentimentalizando” o corpo


“A máscara neutra é uma máscara única, é a máscara de todas as máscaras.” (LECOQ, Jacques. p.91)

Foi com o objetivo de trazer para o corpo a proposta de “expressão integral do sentimento interno”, que trabalhamos em nosso primeiro encontro, da disciplina de Interpretação Teatral I, ministrado pela profª Fernanda Areias.
A utilização das Máscaras neutras, confeccionadas com folha de chamex e grampo, materiais bem simples e acessíveis, se pensarmos nas dificuldades que poderemos encontrar em ambientes de Instituições que não tenham recursos que viabilizem materiais de valores maiores, devemos ser versáteis, educadores que não se estagnem frente a certas dificuldades correntes na educação.

Abordamos a Máscara como ponto inicial para entendermos o papel e evolução do ator em sua interpretação. Na Grécia, como foi-nos reapresentado em sala, observamos seu papel importante no inicio do teatro, pois esta era utilizada como um forte símbolo de participação ritualística; por ela o espectador identificava com maior facilidade, obtendo assim, melhor entendimento da personagem; a máscara como um símbolo de personificação.



Cada aluno após fazer a sua máscara, entregou-se na proposta da professora de criar uma cena onde os sentimentos estivessem, fortemente, expressos através do corpo, com movimentos grandes e significativos. Muitos/todos nós de alguma forma encontramos certas dificuldades, pois estamos acostumados apenas a trabalharmos a exposição de um sentimento facialmente e esquecemos de trabalhar esse sentimento de uma forma conjunta: face e corpo, a máscara nos ajudou a identificar este déficit e faz-nos agora, continuamente, nos preocuparmos com/como fala o nosso corpo, como ele interpreta.
As cenas elaboradas em duplas foram apresentadas em silêncio, pois as palavras, naquele momento, não interessavam:

“O trabalho sobre a natureza humana, nessas situações silenciosas, permite encontrar os momentos em que a palavra ainda não existe.” (LECOQ, Jacques. p.60)

Momentos que são essenciais para o entendimento de uma cena, de um espetáculo, da intenção de uma personagem. Eis o grande objetivo: falar através do corpo, o que as palavras fariam inevitavelmente, mas trazendo para o físico, para o que é palpável, fica mais intenso, alcança uma maior dimensão.










REFERÊNCIA

LECOQ, Jacques. Improvisação: o silêncio antes da palavra. In:________. O corpo poético: uma pedagogia da criação teatral. São Paulo: Edições SENACSP, 2010. Cap. 1, p.60- 91.

Registro de aula referente ao dia 09.09.13
por Brenda Oliveira.






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