terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Não dá

Quando as palavras vêm, costumam se dispor sem constrangimento, principalmente quando tentamos esconder um sentimento.
Não viver deste encanto me deixaria sem vida.
Um olhar no escuro enquanto minha luz te cegaria.
Eu querendo falar não uso da mais singela poesia, sou curta, às vezes, mais arrogante do que gostaria, mas ainda assim brinco com a tua infância escondida.
De fato, você não sabe nem mesmo quem é e tenta decifrar-me, logo eu, que sou uma sinfonia tão rara, que por si só basta, para falar-te com grande esplendor, de uma vida tão triste e sofrida que só te causaria dor.
Por isso, não insista. Cala-te e vive a fantasia de um verdadeiro amor.



Brenda Oliveira

Fragmentos de um Vestígio

Solidão...
...o vazio do que um dia foi "perfeito",

Uma nobreza esquecida, frágil.
Um passado que não morreu totalmente.
Palavras ditas no silêncio do esquecimento.
Janelas que observam mais do que pessoas nas ruas, que veem a vida passar.
O histórico se deteriorando de um passado ainda tão vivo.

Um grito...


Raízes que insistem em sobreviver num lugar que não é seu.


...65 passos que conceituam uma, entre tantas histórias.
Será que ainda se consegue Reviver o que apenas os olhos do passado querem conservar?

O canto dos pássaros se confunde com o clamor d'alma que ainda vive entre nossos casarões.
Um filme desbotado...
Cadeias, grades, cadeados...
Prisão do "belo novo" que um dia se contemplou.
A dor presente nos azulejos quebrados. A morte que não se detém em aparecer.
Seria, pois uma bela Praia Grande? ou um belo mar censurado por um instinto animal?

Em São Luís, o mar é sinônimo do que um dia foi e agora não é mais, pneus, latas, garrafas, tudo sem serventia. Mas mesmo assim, o esplendor natural insiste em ainda existir.

Um mar...antes receptor de tão grandes embarcações, hoje em seus braços embala o que não é servil ao homem.

O tempo parou...

Correu...
Andou...e na memória se estagnou! 

Brenda Oliveira 


Sozinho...

Quando esvaziamos nossa mente nos permitimos, mesmo que de forma inconsciente, saber realmente quem somos.
Muitos desprezam o silêncio por medo de saber o que ele os poderia revelar.
Ao falar eu escondo o que quero, o que sou e o que desejo. Tudo o que brota da mais pura palavra saída de minha boca, não pertence a mim.
É meio inconstante essa realidade, se é que deve ser reconhecida como tal.
Será que, pelo menos, sei o que estou dizendo, já que o que digo, não pertence a mim?!
Esse seu ocultismo me constrange e o meu te feri.
Uma fera ferida, por algo não cortante, mas inconstante ou até mesmo irrelevante.
Só será você se quiser se não, Fale. Mas se quiser se expor tal como és apenas observe e deixe o silêncio te esculpir.

 Brenda Oliveira