segunda-feira, 6 de outubro de 2014

PARA: MIM

Sinto dizer, mas a mim é preferível o adeus...é preferível a porta fechada, sem janelas, nem válvulas de escape. Sinto dizer que a bolha estourou... É. Meu mundo caiu. Caiu de ladinho, de um jeitinho que até me fez bem. A verdade da vida é a poesia que ainda não consegui escrever, talvez nunca consiga, talvez seja uma aurora perdida de um dia que não vai nascer.
Mas acredite que as palavras nunca foram vazias e a fantasia insistia em manter-se viva mesmo apesar da descrença do alguém. Eu não gosto da paixão, insisto em não passar por ela, mesmo que isto seja inevitável. Só espero que as folhas sequem antes que meu coração transborde na loucura dos sonhos, na esperança da vida que se esgota a cada segundo que se vai.
Morrer. Seria tão difícil admitir esse desejo pagão? Seria certo amar para além da morte? Ou realmente ela tem o poder da separação? Só ela? Já não entendo a sua forma de ver os fatos. Já não quero ser um troféu na sua conquista desigual. Não quero olhar para vida e ver que ela passou e eu fiquei, mas nem sei por que digo isso. Viver sempre foi o meu melhor oficio e a vida sempre emprega alguém. Mesmo após demissões ela sempre me readmitia. Acho que sou boa de papo.
Sinto por um ultimo momento o desejo que tudo fosse mais fácil, que quem se sentisse um fracasso só pensasse em avançar e ser aquele que um dia se quis. Sinto por nossos sonhos desencontrados, nossas vidas que passaram, num passado que não vivi. É. É difícil admitir que eu não participo. Eu apenas assisto os seus sonhos e torço para que sejas feliz. Entendo que isso é tudo dentro do muito que queria expor, do nada que eu tenho para dar e de nada que eu queria que fosse.
Num susto eu vou me retirando, mas a câmera lenta esta ligada e meus movimentos vão sendo amarradas por uma força que não pertence a mim. Eu não consigo chegar à porta, eu já não vivo aqui.
por Brenda Oliveira.