Pensar e sentir... ligar e desligar...

Neste dia de aula, muito prática por sinal, trabalhamos em busca da nossa sensibilidade. Procuramos sentir todo o nosso corpo, articulações, preencher cada espaço do mesmo, dilata-lo, para que fossemos percebendo-o e controlando todo o seu ‘mecanismo’.

Todos nós deitamos no chão, com os olhos fechados, relaxando por completo, nos deixamos levar pelo direcionamento da Profª Fernanda Areias, que era quem nos auxiliava em busca do aguçamento de nossos sentidos.


Após já estarmos entregues a esta sensibilidade, ficamos todos de pé, e colocando uma cadeira em um determinado ponto da sala de aula, onde localizamos ali, o nosso espaço, a nossa ilha, para uma brevíssima cena, ou apenas partitura, onde utilizaremos dos sentimentos já aflorados, foi-nos proposto pela professora, que começássemos a buscar sentimentos análogos aos de nossos personagens já escolhidos em aulas anteriores, no meu caso Hamlet. Tentei trazer sentimento de vingar e seduzir, que são os sentimentos mais característicos dessa personagem, todo esse processo foi sendo realizado com uma música sendo tocada à som ambiente.
Com isto, percebi o quanto de dificuldade em manter o foco, em me relacionar com a cadeira, observei que trabalhar com a música é um risco também, pois pode vir a aguçar ou não esse foco de atenção.





E para concluirmos este exercício, com o estímulo de um som bem dançante, fomos nos soltando, dançando por toda a sala, para que nos libertássemos por inteiro, de todos os sentimentos que havíamos concentrado até então.
Foi-nos pedido no segundo momento da aula que preparássemos uma cena para a aula de quarta- feira, resgatando os sentimentos abordados com esse ultimo exercício.
Dando continuidade trabalhamos uma breve discussão sobre o texto: Minha Vida na Arte, de Constantin Stanislavski, onde ele se apresenta como um ator em uma contínua e crescente insatisfação de seu trabalho como tal, o que o impulsionou muito para investigar e pesquisar cada vez mais.



Stanislavski se questionava sobre o seu desenvolvimento enquanto ator, pois sempre buscou a verdade intensa transmitida em cena. Neste texto, ele reflete sobre como trabalhar o naturalismo, que traz consigo um sentimento sutil, como transpor para a cena, sendo que para que um doce sentimento chegue com a mesma intensidade e sutileza no espectador que se encontra na ultima fileira? É a partir daí, que ele já via a necessidade de reestruturar seus conceitos suas impressões, é a partir daí que a ação física começa a ser o carro chefe do processo criativo. É quando ele começa a misturar ação psico-física a partir das circunstâncias dadas.



Registro de aula, referente ao dia 23.09.13
por Brenda Oliveira.



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