domingo, 31 de março de 2013

Vida em mentiras: palavras.

O inconstante me atrai?
O que é fixo... já não sei o que pensar.
Sentir e dizer, é fixar-se em algo, é me afastar de mim.
Dizer. Soltar. Apenas querer falar é o que me faz livre.
Não se sabe ao certo se ao dar propriedade para as palavras,
Elas realmente serão "próprias" e dignas da verdade,
Ou se serão figuradas, figurinhas, cartinhas,
Apenas mais uma jogada,
Muito bem pensada, sutilmente apostada.
Não se habituam meus sentimentos em um jogo, ou
Sem jogar não consigo sentir.
É um personagem fora dos quadrinhos.
A carta de um mágico propositalmente posta num baralho
Para me enganar, me dizer que foi tudo por um acaso.
Que foi apenas um caso.
Que eu não senti.
Os personagens fugiram de mim.
A minha história nem poderá ter fim.
Dei sentido próprio de mais? , ou
Figurei muito, o que era pra ser real?.
Tudo pensou. O cego não ouviu.
Eu falei. Desculpas saíram.
Eram reais, mas todos vestidos de mentiras. Nelson?
Muita aquarela para um quadro expressionista.
Muito movimento para um replay "global".
Uma ferida que jorrou palavras, letras, mentiras,
Verdades esquecidas. Sem tinta.
O papel que me destes era pouco e se acabou.
Um conto. Uma conta. Uma dívida que ele não pagou.
Foi da corda que caiu. Partiu.
Eu não consegui convencer.
Não fiz bem meu papel. Era pouco, ou
Eu que sobrei mesmo.
Falei? se não, mesmo assim fui fixa demais.
Inconstante? Bem pouco.
No fim... Eu nem me convenci.
Não acreditei em você.
Em mim. No que são dois.
No que é nada. Tudo é farsa.
Tudo nada... Só a vida que boia, que chora...
Que fala de mais.

por Brenda Oliveira.





sábado, 23 de março de 2013

Encanto

Sem momento nem desejo.
Sem ação nem reação.
Na procura dos meus erros, os percebo e os esqueço, não quero guarda-los, mistura-los, prende-los.
O nada pode até dizer tudo e o tudo pode ser um nada.
Insensível e adormecido, morto, morrido, sem nenhuma reação.
O momento que se vai é o mesmo que se perdeu.
Esse momento que apago ou que quero apagar ainda vive ou não vive, já não sei se me lembro por onde voltar.
O vivo está prestes a morrer.
Um dia o vivo morrerá.
Sei que o momento passará e você de mim se perderá,
Mas já não quero ser encontrada, já não quero te encontrar,

Mentira que desejo que se torne verdade em mim e que me faça querer amar.

por Brenda Oliveira.

LivreMente

Ah saudade. Saudade de tudo, até do que ainda virá.
Quanta vontade de viver o desconhecido, tão grande é o medo de errar.
Ah, essa liberdade que aprisiono em mim é tão grande.
A minha prisão é tão sombria.
O meu desejo insaciável.
Viver uma vida sem compromisso, uma vida no desconhecido.
Ah, como é bom sentir-se vivo, como é bom poder cantar, atuar, gritar, simplesmente viver.
Como é bom tentar, como dói ter que desistir.
Como é lindo o mar, um cenário perfeito para um sonho, um lugar perfeito para amar.
Amar a vida, a nossa história e todo o mais que há.
Amar o amor, a ilusão, a perfeição, a entrega total de um desejo, a ideia real do segredo.

Um segredo perigoso, que esconde revelo com muito gosto, para que tu sejas feliz.

por Brenda Oliveira.

Derrota

Que droga! Seu beijo que queima, é como o Judas que me trai.
Seu sorriso de vitória por meu tropeço. Meu erro que te atrai.
Não entendo o cumprimento que para mim sustentas.
Uma hipocrisia revestida por uma falsa inocência, que destrói.
Quanto sentimento de derrota desejas para mim?

O que eu sinto?

Pena, pena de você.
Pena do seu coração, da sua alma amarga.
Pena pelo quarto escuro onde te escondes.
Pena, de não ter pena alguma de você.

Quedas já levantadas. Uma vitória difícil, mas real.
Você que se perdeu e se afogou no se amargor.
Agora sinta em você, o veneno que em mim injetou.
Não queria assim, mas agora jaz em mim.

por Brenda Oliveira.

Pesadelo

Quando as palavras nada resolvem.
Quando as atitudes e distorcem.
Vejo você tentando ser, mas não sendo.
Querendo agir, mas não conseguindo se livrar de sua nostalgia.
Balbuciando sons ininteligíveis, sendo mudo, calado, ficando em estado tão gélido, que me faz crer na sua morte mental, espiritual.
Querendo correr, até voar, mas existindo um peso extra, uma tonelada e meia, que te bloqueia o agir, pois és a presa, a alma rasgada por uma espada alada, sem forma, sendo morta.
Se escondendo de um reflexo natural seu.
Almejando e se apropriando de uma criação não sua, de um beijo, não seu, de um abraço solto e morto, igual aquele que você não deu, igual aquele que você negou e escondeu.
Ele se foi...

Seu sonho morreu.

por Brenda Oliveira.