Eu
queria conseguir escrever o que guardo dentro de mim, o que realmente anda me
sufocando ultimamente, mas não sei como, não consigo encontrar palavras.
Talvez, elas não existam, talvez estejam em um vocabulário perdido dentro de
mim. Ultimamente ando tentando entender a utilidade da vida, o que é um tanto
fora de órbita, pois a vida é um enigma quase indecifrável. Mas acredito que
irei desvendá-la um dia, mesmo tendo uma quase certeza, de que será no dia de
minha morte.
Às
vezes não consigo entender o porquê de tantas coisas. Não consigo entender o
verdadeiro sentido de “estar”. O que parece para você “estar”? Para mim, é uma
presença mais que física, é mais que estar dentro, muito mais que estar
simplesmente, presente. Esse “estar” para mim, vai além da presença, é
pensamento também.
Muitas
coisas nessa vida apenas “parecem”, parecem ser um sonho, mas em realidade não
são. Parecem ser eternos, mas a eternidade não pode ser medida. Parecem ser
amor concreto, para além da alma, mas não são. Parecem fazer-se presentes, mas
a presença é quase sempre pela metade. Coisas que até parecem dizer eu te amo, mas em realidade não sabem
entender o poder dessas três palavrinhas juntas. Parecem dizer que sim, mas
queriam mesmo era manter um talvez.
Tem
outras pessoas que dizem que querem “ficar”, mas estão sempre longe. Dizem que
ficam, mas nunca estão ou eles podem até ficar, mas ficam com seus pensamentos,
seus desejos, seus amores, seus prazeres, que não correspondem a você. E ao
final é apenas você que sabe FICAR. É só você que fica. É só você que guarda...
guarda todas as palavras carinhosamente ditas. Todas as músicas,
desafinadamente cantadas, mas que mesmo assim, não deixam de ser especiais. Aí,
é uma história de você consigo mesmo.
Neste
dia, eu talvez esteja começando a entender que se você sempre fica...o outro
sempre se vai....Se você é sim...Ele sempre será talvez.... Se você guarda...
Ele esquece onde poderia ter-te deixado. Se você sempre está... O outro estará
sempre seguro demais e se esquecerá que também faz parte do todo...do
conjunto....E você virará sempre metade. Metade de um todo que nunca foi inteiro.
por
Brenda Oliveira.