segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Tô tentando encontrar as palavras


Eu queria conseguir escrever o que guardo dentro de mim, o que realmente anda me sufocando ultimamente, mas não sei como, não consigo encontrar palavras. Talvez, elas não existam, talvez estejam em um vocabulário perdido dentro de mim. Ultimamente ando tentando entender a utilidade da vida, o que é um tanto fora de órbita, pois a vida é um enigma quase indecifrável. Mas acredito que irei desvendá-la um dia, mesmo tendo uma quase certeza, de que será no dia de minha morte.
Às vezes não consigo entender o porquê de tantas coisas. Não consigo entender o verdadeiro sentido de “estar”. O que parece para você “estar”? Para mim, é uma presença mais que física, é mais que estar dentro, muito mais que estar simplesmente, presente. Esse “estar” para mim, vai além da presença, é pensamento também.
Muitas coisas nessa vida apenas “parecem”, parecem ser um sonho, mas em realidade não são. Parecem ser eternos, mas a eternidade não pode ser medida. Parecem ser amor concreto, para além da alma, mas não são. Parecem fazer-se presentes, mas a presença é quase sempre pela metade. Coisas que até parecem dizer eu te amo, mas em realidade não sabem entender o poder dessas três palavrinhas juntas. Parecem dizer que sim, mas queriam mesmo era manter um talvez.
Tem outras pessoas que dizem que querem “ficar”, mas estão sempre longe. Dizem que ficam, mas nunca estão ou eles podem até ficar, mas ficam com seus pensamentos, seus desejos, seus amores, seus prazeres, que não correspondem a você. E ao final é apenas você que sabe FICAR. É só você que fica. É só você que guarda... guarda todas as palavras carinhosamente ditas. Todas as músicas, desafinadamente cantadas, mas que mesmo assim, não deixam de ser especiais. Aí, é uma história de você consigo mesmo.
Neste dia, eu talvez esteja começando a entender que se você sempre fica...o outro sempre se vai....Se você é sim...Ele sempre será talvez.... Se você guarda... Ele esquece onde poderia ter-te deixado. Se você sempre está... O outro estará sempre seguro demais e se esquecerá que também faz parte do todo...do conjunto....E você virará sempre metade. Metade de um todo que nunca foi inteiro.

por Brenda Oliveira.

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

“Ainda é cedo amor...” ou tarde demais


É estranho crer que quando se ama, quando muito se amou, a dor vem recheada de traições e mentiras, que ao longo foram sendo descobertas e mesmo assim, o amor, burro como sempre, tentou curar o incurável. Mas são nestas tentativas inconsequentes, que o amor se foi, matando, definhando, foi-se pondo, como o sol ao entardecer.
No amor tudo é instante, é fugaz, mas também é intenso, voraz, capaz de perpetuar-se pela eternidade, mas que por qualquer descuido, perde-se no erro, afoga-se no desespero e esquece como se dá o perdão. Esqueceu-se então que ele é frágil e que por qualquer machucado, não consegue apagar a cicatriz, apenas derramar-se no vermelho lago que ele fez questão de encher com as dores desse amor, que foi tão intenso, tão...
“Preste atenção querida, de cada amor tu herdarás só o cinismo, quando notares estás à beira de um abismo, abismo que cavastes com teus pés”, já dizia Cartola, sobre quem busca o erro, sobre quem não tem medo de perder e de não obter o perdão, sobre quem amou pouco, porém amou-se muito e não enxergou que o outro deveria estar sendo refletido naquele mesmo espelho visto todos os dias, antes que foras atrás da tua fraqueza, do teu ego, do teu desamor, daquela que seria a tua maior vergonha.
“Ouça-me bem amor”, nem tudo que reluz é ouro. Nem tudo que eu escrevo é certo, nem as interpretações que faço são verdades absolutas. Talvez Cartola tenha escrito essa música pra quem sofreu e não pra quem fez sofrer, porém de ambos os lados, a dor é real, a satisfação é inexistente e a tentativa pertence apenas a um, pois o outro cansou-se de lutar, preferiu baixar a guarda e deixar a vida levar.

por Brenda Oliveira.

segunda-feira, 14 de maio de 2018

Amor é o caralho...


...me perdoem a falta de modos. Me perdoem parecer tão chateada, mas a verdade é que mais uma vez sinto pena e me sinto aliviada também... eu já estava começando a me sufocar, claro que não foi um alívio fácil, não foi um fim “legal”, “de boa”, foi um fim por umas atitudes escrotas, por parte de um homem que se acha muito “poderoso”, mesmo sem ter nada e sem ser alguém na vida.
 Sabem de uma coisa?...eu sempre odiei que me dissessem (me referindo a namorados) “Eu te amo” e que, o que é pior, tentassem “estimular” que eu também dissesse isso, mas quando isso acontece só prova que as palavras estão acima das atitudes e da lealdade que talvez tenha existido um dia, em uns outros relacionamentos, nunca nos meus.... (risos) e que deve ter se perdido no percurso que a humanidade vem trilhando. Eu acho que esqueci essa parte, e no meio do caminho me lembrei, mas já era meio tarde demais, a queda era garantida.
Pra vocês o que é transar? O que é fazer sexo? O que é trepar? O que é fuder mesmo? É muita coisa e nada se formos colocar essas expressões em contextos isolados... eita língua portuguesa difícil de levar pra cama, não é qualquer palavra que se encaixa no contexto do amar e ser amado. Pois bem, não será uma aventura e adrenalina de um sexo em uma pulada de cerca, que fará de você, o homem com o pau mais gostoso do mundo... Não fará de você o homem mais desejado, e tão pouco querido. Só fará de você um ser humano pior, vazio e sem ninguém que goste de você de verdade.
O que é uma traição? É apenas uma, duas ou várias tentativas frustradas de uma pessoa em tentar encontrar-se fora de si mesma, numa louca fuga de sua própria impotência, por não aguentar a própria pobre e podre existência.... então... minhas últimas palavras pra você é... Vai tomar no cu...você é um moleque.

#serfeliz
por Brenda Oliveira
uma nova mulher.


domingo, 28 de maio de 2017

Ninguém seria a melhor opção

Com a licença da minha gente, com o perdão da palavra, mas é tanta cagada nesse meu Brasil, que o que mais ressoa, grita e se flagela dentro de mim, é aquele mais lindo, porém duro apelo, cantado por todos nós ao declamar o nosso amor à Pátria através do nosso hino. Parece-me uma premonição perpétua do país que será assim pra sempre, será? “Paz no futuro e glória no passado”. Eita, ironia da peste, estou começando a achar que infelizmente as glórias serão sempre apenas lembranças enquanto sonhamos com uma paz que parece nunca chegar.
Percebo que estou escutando ultimamente muitas pessoas mandarem tantas outras pra #Fora... É tanto ser humano que cagou e se esqueceu de limpar a merda, que tô achando que não vai sobrar ninguém por aqui. É... Acho que voltaremos a ser a “Índia” perdida, só espero que na próxima encarnação não sejamos a principal opção de local para castigo dos ladrões, assassinos, estupradores que eram mandados pra esta terra encantada, porém desde o início, amaldiçoada... ops... Com o perdão da palavra.
Não consigo ver quem poderíamos convidar para entrar, em quem poderíamos confiar, tendo em vista a loucura em que nos encontramos, talvez estarmos loucos e mandarmos o mundo ir se lascar, seja a melhor opção...ou não...precisamos tentar continuar?, Precisamos fazer uma limpezinha nesse banheiro Nacional que só sabe cagar. Vai ver está faltando água lá também, né Ceará?! É tanta secura por dinheiro, que já não sei o que pensar sobre os discursos hipócritas, loucos pelo encontro com o poder, loucos para ver-nos sofrer e morrer de trabalhar, apenas observando a vida passar.
Viver? Peço perdão pela palavra, tô começando a acreditar que ela não pertence mais a nós os brasileiros, ditos mortais, ela já tem seus donos que foram vendidos para terem poder, comprados pela corrupção.  “Verás que um filho teu não foge à luta”? Hum.... Pareceu-me um tanto irônica essa frase. “Não sei”... “Não conheço”... “Nunca vi”. Onde estão estes teus filhos “Óh Pátria Amada”? Onde e quando foi rasgada a faixa e apagada a frase de “ordem e progresso” da nossa bandeira e com isso, infelizmente, esquecida na conduta de tantos? Acredito que precisamos também abrir outro inquérito para apurar essa situação.
Até agora... NINGUÉM é a melhor opção, mas até quando?


por Brenda Oliveira.

quarta-feira, 10 de maio de 2017

E assim findou-se

Assim como o vento que ligeiramente atravessa as folhas e as possibilita a graciosidade do movimento e, logo em seguida se vai, posso então dizer que sim, se foi... Acabou... Terminou. A vida é cheia de recordações e momentos efêmeros que nos enchem de maturidade e luz. Assim, então correu como na mesma noite encantada do encontro, quando os Santos se juntaram e resolveram fazer um belo complô. Agora... Acabou.
No mesmo som das matracas e pandeirões, na mesma emoção dos bailados, a soltura se fez e as almas brilhantes, entoando cantos de amor, seguiram seus rumos distintos mesmo tão próximos do que achavam que era... Óh! Dulcíssimas almas que bailam e se vão a cada dia. O que sinto é alegria de vê-las ir e sorrir e cantar, sem dor, sem compromisso, sem nada que possa impedi-las de sonhar, nada que possa impedir que como uma cachoeira, ambas possam saciar a sede de toda a gente que encontrar.
É. A arte de sentir é mais complexa, por exemplo, que o ciclo do mar, pois mesmo gigantesco o sentimos sem dor. Ele é apenas um abraço sonoro, um beijo de ar e uma saudade/medo de ser engolido por tamanho amor. A vida não me deixa descansar, ela me faz gritar e mesmo na dor... Continuar, pois existem dias que serão apenas sofrimento e outros gemidos de prazer. Precisamos apenas ser. Vivendo em nossos mundos e escondidos de nós mesmos, para que o ladrão não nos roube e nos engane dizendo que era amor.
E se o mar não estiver mais tão calmo?! E se um rio ousar invadir a sua paz?! Acalme-se e perceberás que essa junção é maravilhosa e que ela nunca esgotaria a tua paz, pelo contrario, te permitiria flutuar e desfrutar de sua correnteza, te fazendo sentir um pouco do medo de perder-te no mesmo ponto em que se encontram. Águas aparentemente iguais, porém com tantas histórias distintas e sabores exóticos provados por aí. Doce e salgado. Calmaria e furacão. Somos tudo isso e nada. Somos a promessa do perfeito que não encontramos em nós, porém encontraremos a sós. Um dia. A sós... não?!. Perfeitas imperfeições.
Estranha, essa minha visão do Ser.

                                                                                      por Brenda Oliveira


quarta-feira, 15 de março de 2017

Uns dias que poderiam não ter existido

Tudo se iniciou após o carnaval, onde as almas presas correram atrás de almas livres e descontraídas que viviam por aí. Mentiras e mais mentiras. Uma confusão na minha cabeça. Acho que estou adoecendo, eu sei, estou definhando. Não imaginei que viver no mundo real era tão doloroso. Estava mal acostumada a ser amada demais. Nunca imaginei que ser feliz causava tanta inveja e que querer apenas receber sorrisos e abraços sinceros fosse coisa tão rara em tempos modernos.
Ah Chaplin! Acho que a modernidade afetou os corações transformando-os em máquinas de fingir amor, em máquinas que só sabem dar afetos sem fundo: a qualquer momento ele te deixa escapulir até doer. Essas máquinas mantêm repetições de palavras de carinho, mas a verdade é que nem sabem o que estão dizendo, já não há sentimento no que é categoricamente formulado e dito como uma verdade. Talvez o mundo esteja tentando sobreviver em vão. Talvez não haja saídas.
Hoje, ao acordar nessa indústria, me dou conta que não importa quem você é, pois o importante é o que você parece ser. O que os outros inventam se torna verdade e com isso o seu caráter fica sufocando no seu peito abafado por tantas invenções. É interessante perceber o tamanho e a logística imagética das pessoas. Olha... Eu peço que pare, caso a continuação seja chegar ao meu fim, por favor, pois o meu coração ainda é de carne, desculpem, é que me esqueço que essas almas perderam essa emocionante sensação de sentir algo.
Sinto-me em seus filmes Chaplin, filmes em preto e branco, mas tão coloridos pela tua alma livre e sincera cheia de arte. Percebo que sou a responsável pelas cores dos meus dias, mas também percebo que estão roubando as minhas tintas e com isso, me restam apenas as lembranças das cores das quais gostaria que em mim vivessem. É complicado ser tão sincera comigo. Neste caso, eu preferiria estar mentindo, mas a verdade aqui é a melhor opção.
Eu já falho em minha respiração...
Em uma noite, pensei que uma alma traria o meu balão de oxigênio e que todos os ladrões me devolveriam os arco-íris roubados, mas aí essa alma chegou tentando levar o que ainda restava, agora eu estou paralisada, me sentindo perdida dentro de mim, dentro da confusão que acabou confundindo a minha vida. Não. Sim. Talvez, mas eu sei que existe uma alma onde ainda pulsa um coração, mas ele está longe agora, enquanto eu estou tentando dizer, pra mim mesma, que sou forte e que posso ser a fortaleza desse alguém.
Caro Chaplin, isso dói muito. Peça-os que devolvam minhas cores e ativem você dentro das almas deles. Peça-os que se libertem e deixem de sufocar àqueles que só querem sonhar.
Escrevo, pois preciso que o tempo me ajude e que ele pare, pois eu preciso respirar.


Att Brenda Oliveira.

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

SOTAQUES

Vivo numa linha tênue entre o prazer e a dor. Sou arte, matraca e pandeirão. Sou choro, lágrimas e emoção. A arte que me mantém de pé é a mesma que me tira a alegria de viver, é a mesma que me faz sufocar, é a mesma que me pede pra parar. E eu, teimosa que sou, insisto em vivê-la e em seus prazeres destrutivos para o meu pobre coração, me entregar.
Não sou a perfeição no bailado, mas sou carne viva de emoções em qualquer que seja o palco. Sou uma chama de esperança nessa vida que tanto me bate. Sou aquela que se mantem tímida, escondida, mas que muito ama e espera por aquele olhar que nunca chega a sua direção. Sou o adeus em silêncio, o abraço sem toque, o carinho pelo olhar por não querer precisar viver de bajulação. Eu sei o meu valor.
Mas talvez, meu terrível destino seja viver às sombras, caída no esquecimento.
Hoje, ao acordar, após uma luta imensa à procura de sonhos e do meu sono, eu despertei para uma realidade que eu não queria que existisse. Eu queria ser admiração, surpresa, mas sinto que sou apenas mais uma no meio de uma multidão de imperfeições. Imperfeições essas que são sempre tratadas como perfeitas, quitando de mim a crença de que sou capaz de viver na minha alegria.
Sozinha, eu fico refletindo sobre o mundo onde eu meti neste mundo que não aprende o meu nome, que me confunde e não enxerga a bela pintura que eu deixo nas ruas por onde passo. É, devem ser apenas passos que passam sem deixar rastros, sem promessas não cumpridas, mas com a alma cheia de promessas feitas a ela, que foram esquecidas pela boca doce que ousou pôr um pouco de esperança, na pobre criança que ainda vive em mim.
Enquanto isso, eu continuo dançando, na esperança daquele olhar em especial, daquela voz a me dizer os mais belos adjetivos e incentivos pra eu continuar a ser eu. Eu tenho orgulho de quem eu sou, mesmo que eu pareça uma tola por pensar assim. Mesmo que o afago sincero não chegue até mim. Mesmo que sua boca fuja da minha. Mesmo que seus dedos não se entrelacem nos meus. Mesmo que eu já não seja tratada com tanto mimo. Mesmo que eu...que eu...já não seja aquele sotaque efervescente das matracas em meio a tantos corações. Mesmo que a minha Ilha não seja mais tão infinita. Mesmo numa orquestra desafinada. Eu só queria ser meu próprio orgulho. Espero conseguir, um dia, alcançar a mim mesma.


por Brenda Oliveira.