É
estranho crer que quando se ama, quando muito se amou, a dor vem recheada de
traições e mentiras, que ao longo foram sendo descobertas e mesmo assim, o
amor, burro como sempre, tentou curar o incurável. Mas são nestas tentativas
inconsequentes, que o amor se foi, matando, definhando, foi-se pondo, como o
sol ao entardecer.
No
amor tudo é instante, é fugaz, mas também é intenso, voraz, capaz de
perpetuar-se pela eternidade, mas que por qualquer descuido, perde-se no erro,
afoga-se no desespero e esquece como se dá o perdão. Esqueceu-se então que ele é
frágil e que por qualquer machucado, não consegue apagar a cicatriz, apenas
derramar-se no vermelho lago que ele fez questão de encher com as dores desse
amor, que foi tão intenso, tão...
“Preste
atenção querida, de cada amor tu herdarás só o cinismo, quando notares estás à
beira de um abismo, abismo que cavastes com teus pés”, já dizia Cartola, sobre
quem busca o erro, sobre quem não tem medo de perder e de não obter o perdão,
sobre quem amou pouco, porém amou-se muito e não enxergou que o outro deveria
estar sendo refletido naquele mesmo espelho visto todos os dias, antes que foras
atrás da tua fraqueza, do teu ego, do teu desamor, daquela que seria a tua
maior vergonha.
“Ouça-me
bem amor”, nem tudo que reluz é ouro. Nem tudo que eu escrevo é certo, nem as
interpretações que faço são verdades absolutas. Talvez Cartola tenha escrito
essa música pra quem sofreu e não pra quem fez sofrer, porém de ambos os lados,
a dor é real, a satisfação é inexistente e a tentativa pertence apenas a um,
pois o outro cansou-se de lutar, preferiu baixar a guarda e deixar a vida
levar.
por
Brenda Oliveira.
Belas palavras! Cartola parecia saber do que falava quando compôs essa canção, e assim como ela essa crônica deixa a gente com a impressão de... Já passei por isso, já me senti assim. E esse é o ofício do escritor, fazer a gente se encontrar em suas palavras. Parabéns! Muito bom!!!
ResponderExcluirObrigadaaa...bom tê-la de volta por aqui...abraços. Até a próxima Nota!!
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