quarta-feira, 10 de maio de 2017

E assim findou-se

Assim como o vento que ligeiramente atravessa as folhas e as possibilita a graciosidade do movimento e, logo em seguida se vai, posso então dizer que sim, se foi... Acabou... Terminou. A vida é cheia de recordações e momentos efêmeros que nos enchem de maturidade e luz. Assim, então correu como na mesma noite encantada do encontro, quando os Santos se juntaram e resolveram fazer um belo complô. Agora... Acabou.
No mesmo som das matracas e pandeirões, na mesma emoção dos bailados, a soltura se fez e as almas brilhantes, entoando cantos de amor, seguiram seus rumos distintos mesmo tão próximos do que achavam que era... Óh! Dulcíssimas almas que bailam e se vão a cada dia. O que sinto é alegria de vê-las ir e sorrir e cantar, sem dor, sem compromisso, sem nada que possa impedi-las de sonhar, nada que possa impedir que como uma cachoeira, ambas possam saciar a sede de toda a gente que encontrar.
É. A arte de sentir é mais complexa, por exemplo, que o ciclo do mar, pois mesmo gigantesco o sentimos sem dor. Ele é apenas um abraço sonoro, um beijo de ar e uma saudade/medo de ser engolido por tamanho amor. A vida não me deixa descansar, ela me faz gritar e mesmo na dor... Continuar, pois existem dias que serão apenas sofrimento e outros gemidos de prazer. Precisamos apenas ser. Vivendo em nossos mundos e escondidos de nós mesmos, para que o ladrão não nos roube e nos engane dizendo que era amor.
E se o mar não estiver mais tão calmo?! E se um rio ousar invadir a sua paz?! Acalme-se e perceberás que essa junção é maravilhosa e que ela nunca esgotaria a tua paz, pelo contrario, te permitiria flutuar e desfrutar de sua correnteza, te fazendo sentir um pouco do medo de perder-te no mesmo ponto em que se encontram. Águas aparentemente iguais, porém com tantas histórias distintas e sabores exóticos provados por aí. Doce e salgado. Calmaria e furacão. Somos tudo isso e nada. Somos a promessa do perfeito que não encontramos em nós, porém encontraremos a sós. Um dia. A sós... não?!. Perfeitas imperfeições.
Estranha, essa minha visão do Ser.

                                                                                      por Brenda Oliveira


Nenhum comentário:

Postar um comentário