Assim
como o vento que ligeiramente atravessa as folhas e as possibilita a
graciosidade do movimento e, logo em seguida se vai, posso então dizer que sim,
se foi... Acabou... Terminou. A vida é cheia de recordações e momentos efêmeros
que nos enchem de maturidade e luz. Assim, então correu como na mesma noite
encantada do encontro, quando os Santos se juntaram e resolveram fazer um belo
complô. Agora... Acabou.
No
mesmo som das matracas e pandeirões, na mesma emoção dos bailados, a soltura se
fez e as almas brilhantes, entoando cantos de amor, seguiram seus rumos
distintos mesmo tão próximos do que achavam que era... Óh! Dulcíssimas almas
que bailam e se vão a cada dia. O que sinto é alegria de vê-las ir e
sorrir e cantar, sem dor, sem compromisso, sem nada que possa impedi-las de
sonhar, nada que possa impedir que como uma cachoeira, ambas possam saciar a
sede de toda a gente que encontrar.
É.
A arte de sentir é mais complexa, por exemplo, que o ciclo do mar, pois mesmo
gigantesco o sentimos sem dor. Ele é apenas um abraço sonoro, um beijo de ar e
uma saudade/medo de ser engolido por tamanho amor. A vida não me deixa
descansar, ela me faz gritar e mesmo na dor... Continuar, pois existem dias que
serão apenas sofrimento e outros gemidos de prazer. Precisamos apenas ser.
Vivendo em nossos mundos e escondidos de nós mesmos, para que o ladrão não nos
roube e nos engane dizendo que era amor.
E
se o mar não estiver mais tão calmo?! E se um rio ousar invadir a sua paz?! Acalme-se
e perceberás que essa junção é maravilhosa e que ela nunca esgotaria a tua paz,
pelo contrario, te permitiria flutuar e desfrutar de sua correnteza, te fazendo
sentir um pouco do medo de perder-te no mesmo ponto em que se encontram. Águas aparentemente
iguais, porém com tantas histórias distintas e sabores exóticos provados por
aí. Doce e salgado. Calmaria e furacão. Somos tudo isso e nada. Somos a promessa do perfeito que não encontramos em nós,
porém encontraremos a sós. Um dia. A sós... não?!. Perfeitas imperfeições.
Estranha,
essa minha visão do Ser.
por
Brenda Oliveira
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